A História da Banda Treme Terra


                                    

A HISTÓRIA
"Um Terremoto de Sucessos"

      "Este livro é dedicado aos nossos fãs, músicos, dançarinos e
      amigos que participam do sucesso da nossa banda". Bopp e Cecy.



  O INICIO


          Capítulo I - Parte 1       
  • Meu nome é Roberto Bezerra de Oliveira, o meu pseudônimo "Bopp" que uso como nome artístico. Alusivo ao poeta gaúcho Raul Bopp - “Cobra Norato”.
  • Criamos este blog para os nossos fãs conhecerem um resumo de toda a nossa história da bandatremeterra das dificuldades e das conquistas que nós enfrentamos durante a nossa trajetória de vida.
  • Sou músico desde 1975. Toquei 16 anos na Banda Carrapicho, onde gravei junto com eles 5 Lps e 1 compacto Duplo. 
  • Por motivo de força maior, pelo falecimento do meu sogro, precisei deixar a Banda Carrapicho. Precisamos tocar o nosso sítio que ele tomava conta. Saímos da cidade para morar no interior, onde estávamos decididos ficar lá até os nossos últimos dias.
  • Fomos morar lá, eu e minha mulher Cecília Motta. Compramos umas cabeças de gado e ficamos lá tomando conta. 
  • A minha sogra querida dona Ana Motta (que também já faleceu), ficava fazendo pressão para vir morar com ela na cidade, ela ficou sozinha, e a Cecília era o "xodó" dela. 
  • Levamos ela pro sítio para morar com a gente, mas, depois de um tempo, ela não se      acostumou e resolveu voltar.
  • Fazia pressão. Ligava dizendo que estava sozinha, que estava doente etc.....
  • Decidimos então vender tudo e vir embora pra cidade morar com ela. 
  • Quando tomamos essa decisão, resolvemos montar um plano para voltar a trabalhar com música.
  • Começamos então, pensar num nome para a nossa banda.
        Capítulo I - Parte 2
  • Esperamos seis meses para voltar para a cidade, precisávamos nos desfazer de todas as coisas que tinham lá. Vender tudo junto, mas isso não foi possível. Vamos vender separados. Vendemos primeiro todo o gado na Expoagro. Os outros animais como: porcos, galinhas, patos, matamos tudo e levamos nas cinco freezers que tinha lá pra cidade pra vender na garagem de dona Ana Motta, minha sogra.
  • Durante esses seis meses que antecederam a nossa vinda para a cidade, ficamos planejando Projeto da nossa banda musical. A escolha de um nome forte, comercial, que fosse de fácil assimilação pelos nossos amigos e fãs. Todos os dias que a gente tirava o leite das vacas, enquanto elas não tinham sido vendidas, nós escrevíamos numa tábua com carvão um nome para a nossa banda. 
       A ESCOLHA DO NOME
  • Enchemos a tábua de nome: Grupo Taboca, Grupo Uirapuru, etc...
  • Nós assistíamos à televisão pela antena parabólica. Numa madrugada, Bopp estava assistindo um show da Tina Turner na televisão, e viu a câmera abrir uma panorâmica para mostrar todo o palco, apareceram às caixas de som de um lado e de outro. As caixas estavam cobertas com um pano preto, e no meio tinha uma bola branca com a letra T na cor preta de Tina e, na outra caixa, outro T também em preto de Turner. Aquelas letras chamaram  a sua atenção. Ele guardou as duas letras na cabeça e fez uma comparação da força das duas letras. Tem BB de Banco do Brasil,  tem CC de Coca-Cola, ele precisa de uma que tivesse TT. Ele foi fazer uma pesquisa em vários livros e dicionários para encontrar uma palavra que tivesse uma conotação regional e que essas duas letras pudessem ser utilizadas. 
  • Encontrou o nome Treme Terra num glossário de um CD de toadas do boi de Parintins, que significava o maior surdo da batucada do boi.  Quando o surdo tocava, a terra tremia. Convenceu sua mulher com a escolha do novo nome. Quando vieram pra a cidade eles correram para fazer o registro da marca. 
        Capítulo I - Parte 3

      REGISTRO DA MARCA
·         Para fazer o registro da marca: foi necessário:
1.     Reunir os documentos pessoais;
2.    Apresentar um nome que representasse o seu seguimento;
3.    Criar um desenho (logomarca) para representar a banda;
4.    Pagar o Pedido de Busca para saber se havia alguma marca igual.
5.    Depois do laudo técnico assinado por um pesquisador oficial afirmando que não havia outra marca igual, liberando para dar entrada no Pedido de Registro;
6.     Dar entrada no Pedido de Registro da marca acompanhada da logomarca;
7.    Pagar o boleto do Pedido de Registro e aguardar a tramitação no Instituto Nacional Patente Industrial – INPI;
8.    Foi autorizada a utilização da Marca durante o período de tramitação dentro do órgão;
9.    Foram três anos de espera para conseguir o Certificado de Registro da Marca;
10.  Quando foi emitido o Certificado de Registro, foi necessário pagar uma taxa por 10 anos (Decênio), para que a Marca fosse publicada na Revista de Marcas e Patentes;
11.  Há a necessidade de pagar a cada 10 anos para que a marca continue ativa, com validade para ser utilizada;
12. Caso não seja pago o decênio, ela perde a validade e, qualquer pessoa pode entrar com o pedido requerendo a marca.

 A primeira ideia da logomarca foi do Bopp, mas, a logomarca 
foi desenvolvida pelo seu cunhado William Antunes. 
 

  • As cores escolhidas foram às cores: preta, vermelha e amarela;
  •  A cor preta – é a cor da resistência;
  •  A cor vermelha – é a cor da paixão, da sedução;   
  •  A cor amarela – representa o ouro do Amazonas;
  •  A partitura – representa a música em si;
  •  O circulo representa o globo terrestre;
  •  A fonte escolhida foi a Ballon Extra;

    As modificações na logomarca


  • Depois que foi definida o estilo musical da banda, o que ela ia seguir, a sua expressão, a sua linha musical, foram feitos os ajustes necessários na logomarca. 

"Um Terremoto de Sucessos"

 





                   
  • Seriam as mesmas cores, mas, com ajustes.
  • Devido um Projeto elaborado pela banda chamado de “Feira Nordestina do Amazonas” que também foi registrado o nome no INPI,
Bopp e Cecília, proprietários da banda resolveram fazer as modificações na logomarca que representasse a banda. Depois que eles voltaram para Manaus, Bopp foi estudar na faculdade: Comunicação Social com ênfase em Relações Públicas, onde se formou. Hoje, Bacharel em Comunicação Social. Ele trouxe para a banda um novo conceito de comunicação visual.
  • O novo significado da logomarca:
  • Conservamos a mesma fonte, os dois T T receberam  um chapéu nordestino, dando um novo significado ao estilo da banda.
  • A primeira palavra é masculina, e a segunda feminina.
  • A primeira palavra representa o Lampião “O Rei do Cangaço”.
  • A segunda palavra representa a Maria Bonita, mulher do Lampião.
  • Há um equilíbrio entre as duas palavras: treme (cinco letras) terra (cinco letras).
  • Os chapéus de nordestino nos dois T T remetem o espectador ao nordeste, sem ser necessário acrescentar a palavra “forró” na logomarca. Acrescentamos uma frase de impacto para chamar à atenção: “Um Terremoto de Sucessos”
  • O significado da palavra Treme Terra:
  • Treme Terra: um nome fácil de ser assimilado pelos fãs, alusivo ao maior surdo do Boi Bumbá de Parintins. Representa um som alegre, forte e arrochado, que treme a terra de alegria, que balança o corpo e levanta poeira. Registro no I.N.P.I em 04/07/2000 sob o número 820265888.

  • A escolha pelo ritmo nordestino foi pelo fato deles terem observado na história do Amazonas, que cerca de 60% das pessoas que moram no Amazonas, ou são nordestinos ou descendentes de nordestinos, o outro restante são de amazonenses e pessoas de outros Estados do Brasil e até do exterior.  

Certificado de Registro da Marca Treme Terra



   Capítulo I - Parte 4

Material necessário para começar

 Para começar uma carreira musical, você precisa estar focado naquilo que você imagina que é melhor pra você, força de vontade, perseverança e o conhecimento do mercado musical, se espelhar em algum exemplo que deu certo, repertório dentro do estilo que você vai se decidiu a fazer. Não adianta você misturar estilos, isso não leva a nada, existem vários artistas que não conseguiram se definir no seu estilo, e não conseguiram se firmar no mercado. Quando você criar um estilo, não deve mudar, pois o público que gosta de rock, não é o mesmo que gosta de forró, por isso, você deve fazer tudo para conquistar o seu público; aquelas pessoas que gostam do seu estilo, que acreditam em você.  Depois que você tiver esta visão comercial , você estará preparado para dar o primeiro passo.

 Pensando como artista

Você pode começar com um violão, ou simplesmente com a sua voz, o seu objetivo já deve estar definido, e nada pode mudar os seus planos, não se deixe influenciar por outras pessoas.  Quando você começar a destacar-se no mundo musical, aparecerão várias pessoas para dar palpite. Lute contra você e contra todos para alcançar o seu objetivo, não permita que ninguém influencie nas suas decisões, esteja certo daquilo que você quer, e lute com todas as forças para vencer. Lembre-se sempre do pensamento japonês que diz: “Nunca entre numa luta com o espírito de derrotado, você já está perdido antes de lutar”. Para montar uma banda, é bastante complicado, você deve ter o mínimo de material necessário para começar, considerando o estilo que você vai seguir, os primeiros passos são os seguintes: Definir o seu estilo.


Dois tipos de banda
  • Sociedade – você junta os músicos e os transforma em sócios e precisa dividir tudo com eles;
  • Empresário – você é o dono, você decide o que eles vão tocar, você  contrata os músicos para tocar;
  • Decidimos pela última opção, porque como sociedade não tinha dado certo para o Bopp na Banda Carrapicho.

A Banda Treme Terra


(Anotações da Cecy)

A banda Treme Terra
A Banda foi fundada em 29/08/95. Já possuía uma pequena aparelhagem de som com uma mesa de oito canais dois microfones e um delay boss, uma pedaleira boss, com cinco efeitos que Bopp usava para fazer pequenos shows.
Mais tarde, ele teve que vender o seu melhor instrumento, um violão Morris, para comprar uma guitarra Yamaha cor de madeira e um teclado Yamaha 510 para dar continuidade na banda.
 Fizemos algumas apresentações em pequenos eventos, tocando vários tipos de ritmos, mpb, boleros, bregas boi e forró.
·         No começo éramos apenas três músicos: Bopp (Guitarra), Renato Cruz (Teclado)  e Ana Cláudia - Nayá - (Vocal), e a dançarina Jordana que participava dos shows na televisão como convidada da Ana Cláudia que a conhecia e era amiga da sua mãe. 



  • Durante esse período que a Banda começou, o nosso sitio ainda estava à venda. 
  •  Estava indo bem, conseguimos algumas apresentações em bares e na televisão. Mas, o caseiro que tomava de conta do sítio foi embora, e tivemos que parar o grupo e voltar para o sítio para tomar de conta. Logo depois, conseguimos outro caseiro que ficou lá tomando conta e cuidando. Tivemos que manter as despesas no sítio durante quatro anos de espera, até o sítio ser vendido. 

         Capitulo I - Parte 5   

      As Primeiras dificuldades 
  •       Já fazia quatro anos que vínhamos tentando vender o sítio, e não acontecia nada. A gente precisava manter sempre o ele limpo, plantando cada vez mais, na tentativa de aparecer alguém que gostasse do local e fizesse uma boa proposta. Durante esse período, tivemos que dar uma parada na banda, e só mais tarde, que recomeçamos tudo de novo no dia 18.12.96.
  •     Nós não tínhamos dinheiro, a situação do sitio não era muito boa, nós trouxemos as freezers cheias de galinha caipira e carne de porco congelada para nos manter durante algum tempo. Um pequeno rancho que sobrou da taberna que funcionava no sitio. Deixamos um caseiro tomando conta do sitio, tínhamos que pagá-lo todos os meses o seu salário e os encargos devidos enquanto não vendíamos o sítio. Sem emprego fixo, passávamos eu e minha mulher a cortar cupuaçu na tesoura todas as noite até as duas horas da madrugada na garagem da minha sogra, atividade que já praticávamos no sítio. Todos os dias, eu saia com uma caixa de isopor cheia de poupas de cupuaçu na cabeça, para tentar vender nas lanchonetes e hotéis do centro.
  •     A maior dificuldade era vender as poupas de boa qualidade a um preço bom, pois os concorrentes vendiam poupa de péssima qualidade a qualquer preço.
  •     Minha esposa começou a trabalhar num posto médico com a irmã dela, como auxiliar de enfermagem, com uma ajuda custo de R$ 100,00 por mês através de uma Cooperativa do Governo. Mais tarde, ela fez o curso de Técnico em Enfermagem.  Mas, foi através da assistente social do posto médico que conseguimos duas bolsas de estudo para fazer o curso de Informática. Foram seis meses de curso em nível de usuário.
  •      Cheguei a tocar fazendo “bico” no Amazonas Shopping durante um ano e meio com a cantora Cherry Lane onde fazíamos MPB voz e violão. Cheguei a tocar em outros grupos como free lancer para conseguir alguns trocados. Passei a ministrar cursos de violão na garagem da minha sogra, passei a ser Secretário da Ordem dos Músicos Regional do Amazonas. Ministrei um curso de Teoria Musical para o Coral do Teatro Amazonas. Tocava em aniversários, casamentos e pequenos eventos, e fui investindo aos poucos no grupo Treme Terra.
      Os ensaios

  •    Como nós estávamos morando na casa da minha sogra dona Ana Motta, ela viu o nosso sacrifício, e nos cedeu a garagem embaixo da casa para a gente reunir e ensaiar terça e quinta à tarde das 16hs as 18hs. Passamos a ser uma banda de garagem. 
  •     O repertório era preparado por mim, baseado no lugar que a gente ia tocar.
  •      Trabalhamos sempre com pesquisa. E parte do repertório que eu tocava com a banda Carrapicho eu trouxe para a Treme Terra. Só mais tarde, com a entrada de outros músicos na equipe, que ela realmente passou a ser uma banda.  

Cecy e Bopp 


      O papel de cada diretor.


  •    Bopp Músico, compositor, arranjador, carregador, produtor, apaziguador,   diretor, Pesquisador, psicólogo, economista, comunicador, publicitário, relações pública, vendedor,  motorista, o famoso “faz tudo”.
  •    Cecília – Empresária, produtora, diretora, contadora, tesoureira, psicóloga, enfermeira, designer, holding, estilista, garçonete, conselheira.
    Bopp cortava e vendia polpa de cupuaçu nos hotéis e lanchonetes no centro da cidade. Trabalhava de 06hs às 14hs entregando polpas. Chegava em casa, almoçava e descia para a garagem para montar um pequeno som que ele tinha para preparar o grupo para o ensaio com os músicos. Das 16hs às 18hs eles preparavam e ensaiavam o repertório. Depois dos ensaios, seguia para o SESC para completar o seu segundo grau pagando matérias do Supletivo que faltavam para concluir. Tinha estudado até aos 23 anos e parou por causa da música. Precisava sustentar seus dois “enteados” e sua esposa. Passou 27 anos fora da escola. Voltou a estudar incentivado por sua esposa. Mais tarde, fez faculdade se formou em Comunicação Social como: Bacharel em Relações Públicas e Inglês. Fez música até o 8º. Período mas precisou trancar por motivo de “força maior”.

    Cecy trabalhava na sua lojinha de artigos importados, depois, trabalhava com sua irmã pela Cooperativa na UBS do Japiim, fez curso Técnico de Contabilidade, mais tarde, fez curso técnico de enfermagem e se formou em Farmacêutica-Bioquímica, pós-graduada em Administração Hospitalar, com mestrado em Biologia Urbana.

    As primeiras apresentações do grupo na mídia local

    29/11/96 na TV Manaus canal 10, no programa TV Marketing do apresentador                Mourão, foi no horário das 12 as 14 horas. Participaram da apresentação: Bopp, 
        Renato, Nayá e a dançarina Jordana.
  30/11/96 na Rádio Cultura no programa Cultura e Movimento da apresentadora         Joyce, foi no horário das 11:00 as 13 horas, Bopp e Nayá participaram da entrevista.
    • 06/12/96 Painel Cultural – Tv Cultura, Apresentadora Tânia e Roberto, no horário de 12 ás 13 horas, Bopp ,Renato, Nayá e a dançarina Jordana. (Houve registro em vídeo).
    • 07/12/96 Nosso Encontro – TV Á Critica, apresentadora Baby Rizzato, no horário de 10:30 as 11:30 horas, Bopp, Renato e Nayá e a dançarina Jordana (que perdeu o fôlego na música Tic Tic Tac) (registro em vídeo).
    • Feijoada do PcdoB (Eron Bezerra e Vanessa Graziotin), indicação Kid Mahal, participação especial Banda Amazônia e Robson Jr, participaram da apresentação: Bopp, Renato, Nayá (Ana Cláudia), e a dançarina Jordana. O show teve a duração de 40 minutos, a vocalista esqueceu o inicio da música Pesadelo dos Navegante, e atravessou na música Lamento de Raça, o Renato trocou o tom da música Fogo, a dançarina Paulinha, que foi convidada para nos ajudar, não apareceu, só a Jordana dançou, mas, foi sem empolgação, não contagiou o público. Nayá  não foi bem na apresentação, não agradou.        
    •    20/12/96 Nosso primeiro Show como Banda: fomos contratados  pelo  Clube Nostalgia, onde participamos do pré-show do Carrapicho, que voltava da França.Participaram deste show os músicos: Bopp (Violão), Élson (Baixo), Joaquim (Bateria), Lidia (Sanfona), Thiago (Teclado) Léo Lepetit (Percussão), Débora (Backing Vocal  Ana Cláudia (Vocal). Nossa apresentação foi das 22:00 as 23:05 depois, foi a Banda Paixão, e logo depois o Carrapicho. O Santana, empresário da Banda Carrapicho, nos deu R$ 200,00 para ajudar no transporte da Banda. Nós completamos e distribuímos um cachê de R$ 30,00 para cada músico que participou do show.
    •    21/12/96 Apresentação da Banda Treme Terra no Juventus de Santo Antonio promovido pela Banda Carrapicho. Como nós estávamos como a banda da casa, fizemos o pré-show das 23:10 às 24:45, eles tiveram que nos engolir. Depois, entrou no palco a Banda Carrapicho, que estava apresentando o seu show produzido na França.  E, para finalizar a noite, a Banda Sol. O Repertório foi o mesmo show do Nostalgia. Não houve registro de som nem de imagem. Houve um comentário que o técnico de som Frances da banda Carrapicho, deveria manter o som mais baixo pra nós e soltasse toda a potência quando eles entrassem no palco.  

    Banda Treme Terra  
    20 e 21/12/1996 Shows Nostalgia e Juventus






    As Reuniões 
          •    A banda se reunia na terça feira antes de começar os ensaios para analisar os erros que foram cometidos na apresentação anterior e tentar consertá-los para que na próxima apresentação não se repetissem.
          •    Era uma regra da banda nunca comentar o erro de outro músico durante a apresentação, porque essa atitude acabava prejudicando cada vez mais a imagem do músico e da banda.
          •   Nas reuniões também eram efetuados os pagamentos, planejamentos, comunicados, estratégias de marketing etc.

    Primeira Reunião da Banda:
    ·         Comentários sobre o shows da Tv, Nayá ficou muito nervosa, tem que melhorar, na 3a. apresentação não teve retorno o som e Nayá atravessou na segunda parte. 4a apresentação: Nayá perdeu o fôlego, 5a., apresentação Mixtura Brasileira: Nayá não teve concentração a voz estava baixa. Criar
    entrada da Banda, para a cantora começar a cantar e marcar a entrada das dançarinas. Observar o microfone para não falar besteira, falar o nome da Banda e criar a apresentação da Banda, levar água para o show.


        Ensaiamos durante seis meses na garagem da minha sogra, os nossos vizinhos bem que gostavam do nosso som, nunca reclamaram, até que um dia minha sogra não agüentou mais e começou a reclamar por causa do barulho, ai, tivemos que alugar um estúdio para continuar os ensaios.
      
        •    Reunião da Banda na garagem – 26/12/1996
       Avaliação sobre o nosso primeiro pré-show no Nostalgia Clube no dia 20/12/1996 para a banda Carrapicho. O Backing da Débora desafinou numa música; A vocalista Ana atravessou na música , errou na entrada de uma música, trocou o inicio da letra de uma música; O percussionista Leo não levou nada de material pra tocar, o meu cunhado William conseguiu uns paus de churrasco para ele tocar; O Thiago do teclado não sabe ainda fazer os solos com perfeição; O baterista Joaquim tocou sem alteração; O Élson baixista ainda não fez o serviço perfeito, ficou tenso e duro no palco; a sanfoneira Lídia, errou nos solos, o público não dançou, ficou só olhando.  A roupa da Vocalista Ana estava muito escura para o palco, foi fraca a sua apresentação. Levamos água para a banda beber e quem tomou foram os seguranças, até os músicos da Banda Paixão lavaram a cabeça com a nossa água.

      •    Avaliação do pré-show do Juventus para a banda Carrapicho:
         Passamos a tarde toda esperando a banda Carrapicho terminar para passar o nosso som, e só foi possível as 21:30. Tivemos que voltar as 22:50 para começar tocar as 23:00. Começamos a tocar, mas, o Joaquim da Batera estava alcoolizado, errou muito nas viradas da bateria, logo em seguida dispensamos ele. O Léo foi ótimo, a Débora foi ótima, a Ana foi ótima, tanto na apresentação como no encerramento, aprendeu a avisar os músicos quando a música terminava ou quando iria repeti-la. O Elson foi melhor, mais desinibido, dançou. O Thiago ainda errou em alguns solos. A sanfoneira Lídia foi pior que a primeira apresentação, a banda decidiu dispensá-la também do quadro de músicos da banda.

      •    27/12/96 3o ensaio da Banda na garagem: (Percussão) Léo, (Violão) Bopp,
                  (Voz) Nayá, (Backing) Débora, (Teclado) Thiago, (Baixo) Élson, teve problemas
                  de ordem familiar e faltou o ensaio que foi das 17:30 a 20:30. No dia
                   27/12/96 ganhamos um prato com estojo para bateria, do Santana do
                   Carrapicho.

       As Roupas
      •      A banda resolveu padronizar as roupas para dar um sentindo de organização e união entre os músicos.

        Resolvemos investir nas roupas. As primeiras foram usadas pelo Renato (teclado), e Bopp (Violão e Guitarra). Duas blusas brancas com a logomarca da banda na altura do bolso, e dois bonés brancos com a logomarca da banda. Somente o pessoal da “cozinha” poderia se vestir padronizados.
         A cantora e a dançarina poderiam se vestir com cores diferentes.

     

     Capitulo I - Parte 6   
     

    Os primeiros problemas da banda

    O primeiro músico a deixar a banda foi o Renato, ele arranjou um emprego na cidade de Presidente Figueiredo, aí, ficou difícil ele continuar tocando com a gente, foi uma perda difícil, pois, o Renato tinha grandes qualidades como tecladista, e acreditava no trabalho da banda, mas, ele precisava ajudar a sua família, e a banda ainda não tinha muitos shows para tocar. O Thiago substituiu o Renato, mas, a banda teve uma queda considerável, o Thiago era menor de idade, e ainda estava aprendendo a tocar, errava muito, tinha boa vontade, mas, isso não bastava. Como a banda ainda não tínhamos dinheiro para pagar músicos profissionais, o jeito era conseguir se manter com os músicos amadores. Thiago era novo, tinha boa vontade, a gente  acreditava que ele se desenvolveria muito rápido e conseguir ser um bom tecladista.
        Depois de fazer vários eventos pequenos, fomos à televisão por várias vezes como banda Treme Terra, a divulgação da marca crescia a cada dia.
        Nossas primeiras problemas na administração foi com a minha sobrinha Ana Cláudia, nós a colocamos como sócia, eu ela e minha mulher. Ela colocou uma dançarina amiga dela, e nós não aprovamos, pois a garota não dançava bem, e também, era menor de idade, isso daria problema para a banda.  Ela então, ficou zangada, pois, como sócia e
         cantora ela já se sentia a dona de tudo, e isso não era bom para uma banda que
         estava começando. Começaram as primeiras divergências dentro da banda. Conseguimos amenizar o problema com ela e seguir em frente.

    A Primeira oportunidade

        Um dia, fui ao Juventus de Santo Antonio, pois, já conhecia o proprietário do clube, falamos sobre a banda Carrapicho quando eu tocava lá, aí, ele me fez uma proposta:
        ele me deixava trabalhar lá se eu conseguisse montar logo a Banda de Forró, ele não queria um grupo pequeno, pois o Juventus tinha tradição de apresentar banda de grande porte.   Ele nos dava o clube para trabalhar pela porta, e até me colocava para fazer o pré-show da banda  Carrapicho que voltaria da Europa para Manaus dentro de uma semana. Falei para minha mulher sobre a idéia de montar logo a Banda, que sempre foi o nosso grande sonho, e, depois de várias exposições e justificativas ela concordou, e prometeu me ajudar. Chamei os músicos para montar a banda de Forró. Então, passamos a ser onze pessoas: Guitarra, Baixo, Bateria,  Zabumba, Sanfona, Teclado, Voz Principal, Backing vocal e triângulo, dois dançarinos e a Empresária. Tivemos que contar com a colaboração dos músicos que entraram com os seus instrumentos, até que a banda tivesse condições de comprar o seu próprio material. Eu tinha um sonho, conseguir vender o sitio que nós tínhamos, que aliás, já estava há dois  anos à venda para poder comprar os instrumentos necessários para a banda trabalhar. Eu só não sabia quanto tempo eu levaria para
        vender o sitio, mas, como sempre eu fui um sonhador e acreditei sempre nos meus sonhos, continuei sonhando e tentando convencer os músicos a acreditar na possibilidade de um dia a gente conseguir efetuar a venda e manter a banda tocando até conseguir fazer sucesso. Quando morava no sitio, assistia pela parabólica, programas de Televisão de outros Estados, comecei a me informar como andava o forró, eu lia muito a respeito do desenvolvimento do ritmo no Brasil e no Exterior. A minha grande sacada, é que percebi que a Banda Carrapicho levou 16 anos para conquistar o seu público do forró. Quase todo o País conhecia a Banda tocando forró, aconteceram vários casamentos que os encontros aconteceram nos forrós do Carrapicho, alguns fãs até compravam passagens de avião para assistir a Banda tocar em outro Estado, e de repente, eles resolveram virar as costas para todos os seus fãs, mudando do forró para toada de Boi. Os fãs do Carrapicho se sentiram traídos, tentavam buscar em outras bandas de forró, a sua substituição. Só que as bandas de forró do momento, tinham sido importadas do nordeste, eles tocavam o ritmo trazido de lá, e era muito diferente daquilo que eles estavam acostumados a ouvir com a banda Carrapicho. Como tinha trabalhado lá, possuía todo o acervo do repertório que a gente tocava. Inclusive, todos os discos gravados pela banda estavam nos meus arquivos. Pensando na grande massa que ficou a ver navios, foi que comecei o processo de reconquista. No começo, as pessoas riam de mim, diziam que eu estava maluco, como eu ia vencer o grande movimento que existia na época em torno da toada. Os aniversários, formaturas, carnaval, festas juninas e outros eventos, eram obrigatórios as toadas de boi. Surgiram então os Mega Star do Boi, foi criada mais de quatrocentas bandas de toadas de boi, o Boi Manaus, os currais em vários pontos de Manaus, e o forró vinha timidamente se mantendo entre um show e outro. Chegamos a passar até um mês sem tocar, porque em todos os lugares só tocava boi, era a febre.

    O show de lançamento da banda

    Foi no Clube Juventus de Santo Antonio.
    A banda já vinha fazendo shows no clube, mas, nós precisávamos dar um impulso na divulgação e criamos uma campanha de Lançamento Oficial da Banda Treme Terra. Conseguimos convencer o seu Francisco do Juventus para fazermos o lançamento, ele aceitou a nossa proposta. Marcamos a data para o dia 11/01/97 um sábado.
       Quase dois anos depois, de muita luta, surgiu a oportunidade de trabalhar num lugar
        •      Fizemos o planejamento;
        •      Buscamos os músicos;
        •       Escolhemos o repertório;
        • Intensificamos os ensaios;
        • Chamamos banda Sol para fazer o nosso pré-show;
        • Corremos atrás da divulgação - Jornais, Rádios e televisão.
        • Contratamos um carro de som para fazer a divulgação no bairro.

    Divulgação do lançamento da banda Treme Terra



    Divulgação 1


    Divulgação 2
    Fizemos seis ensaios para realizarmos o show de lançamento. Agora, com um sanfoneiro novo (Pequeno da Accordion), e o zabumbeiro Paraíba (ex-Banda Carrapicho), Ney na bateria.
    Organizamos tudo, fomos na Imprensa fazer a divulgação, saiu então a nossa primeira matéria no Jornal Á Critica, na coluna Caleidoscópio do dia 05/01/97 (ver matéria ) No Jornal Amazonas em Tempo coluna Arte Final do dia 07/01/97.
    A Brahma nos deu vinte chamadas na Rádio Tropical, O Carro Volante gravou a fita para divulgação no centro e nos bairros próximo do Juventus.
    Rádio Difusora – Waldir Correia – 1 chamada grátis, Ormando Barbosa – 1 chamada grátis, Josué Neto – 1 chamada grátis – 10 convites para sorteio .
    Jornal do Norte – Célio (Editor Cultural pediu matéria a respeito do lançamento da Banda). Saiu então a nossa terceira matéria no Jornal Á Critica do dia 08/01/97 na coluna Agenda. Saiu então, á quarta matéria sobre a Banda no Jornal do Norte do dia 10/01/97. A TV Amazonas, foi na garagem onde a gente ensaiava, e filmou o ensaio que foi ao ar no Telejornal Local “Amazonas em Revista”. Fomos ao “Painel Cultural” TV Cultura distribuímos convites. Saiu a quinta matéria sobre a Banda no Jornal Amazonas em Tempo na coluna Roteiro dando um ênfase bem maior na divulgação, e também na coluna Big Bang do Átila Rayol e Luiz Armando. Saiu também no Jornal Á Crítica na coluna Conexão meia página sobre o lançamento da Banda. A divulgação foi ótima, a Imprensa colaborou, e finalmente chegou o grande dia, tudo pronto. O Sr. Francisco ofereceu a Iluminação, Sonorização, Seguranças, 06 faixas, 01 caixa com água mineral e os ingressos, nós da Banda entramos com nosso material de Palco, mais 3 microfones,
    equalizador, tape deck, 3 caixas de som, mesa de oito canais, estante e suportes para microfones.  A Cecília foi para o guichê vender os ingressos, a Regina ficou na porta com os seguranças recebendo os ingressos. Nós pagamos para a Banda Sol com 200 ingressos e racharíamos o que desse na porta. Entraram 133 pessoas sendo 40 dos ingressos vendidos; e 59 foram dos 240 convites distribuídos, e vendemos na porta apenas 34 ingressos. A Débora Cantou pela primeira vez as músicas Vem e o Brilho da Lua e sua apresentação foi regular, faltou interpretação e expressão corporal, mas, não comprometeu o show.  O Pré – show Banda Sol de Toadas de Boi, começou a tocar as 23:30 e acabou a 01:00 hora.  A academia de Dança do professor Luis Carlos faltou, deu trambique, eles ficaram com 20 ingressos, e não compareceram para dançar. Os Dançarinos Julian e Joanny  tiveram uma participação ótima.
    Tivemos a fiscalização do ECAD e fomos notificados em R$ 25,00, pagamos 5% de ISS da venda dos ingressos que somou R$ 5,10, tivemos que pagar a propaganda volante R$ 80,00 e sr. Francisco do Juventus liberou, não pagamos, As despesas da festa.  As nossas despesas:
    Táxi ......................R$ 8,00         Bailarinos......................R$ 50,00
    Água......................R$ 9,00        Sanfoneiro.....................R$ 50,00
    Jantar músico.........R$ 10,00    Tiago........  .....................R$ 10,00
    Banda Sol...............R$ 40,00     Regina (portaria)..........R$ 20,00
    ISS..........................R$  5,10       Débora............................R$ 28,00
                                                    ECAD.............................R$ 25,00
                                                                                       ----------
                                                Total das Despesas           267,10
    O resultado da festa foi um fiasco, tivemos um prejuízo de R$ 227,10, e a sonorização do Juventus foi péssima. A Banda Treme Terra começou a tocar de 01:00 hs ás 03:00 hs e repertório foi o seguinte:
    Tema de Abertura: Como Posso te Esquecer; Timidez; A noite espera por nós dois;
    Queixa; Dia de Pagamento; Vem; Eu quero mais; Odiê Babá; Deliciar; Capricho dos Deuses; Rabo de Vaca (Milonga); Volare; Perpétua (Nenên); Endoideceu meu coração; Se eu morasse aqui pertinho; Bate Bate Coração; Pneu Furado; Só quero um Xodó; Proibido Cochilar; Roendo Unha; Vou Ensinar; Na Mistura; Maria quem foi; Eu fui no mato; A dança do Bumbum; Saudade de Ocê; O Brilho da Lua; Ninfa do Mar; Assum Preto;  Pau de Arara; Meu Dengo; Frevo Mulher; Balance; Haja Amor; Dia de Folia;  Ilariê; É o Bicho.
    Bopp agradeceu a todos os jornalistas por telefone sobre as matérias publicadas nos jornais. Apesar do Lançamento da Banda não ser bem sucedido, não desistimos, sabíamos que ainda não tínhamos público bastante para prestigiar os nossos shows. Ninguém conhecia ainda a nossa Banda, era só o começo de uma peregrinação em busca dos nossos objetivos. Então comecei a mandar fax e cartas para as empresas, associações e clubes que promoviam festas. Mandamos quase duzentas cartas e faxes, mesmo assim não aconteceram muitas coisas. Ainda fizemos mais dois shows no Juventus, mas, não tivemos sucesso. Nós cometemos um erro grave, fazer o lançamento da banda no mês de janeiro, logo no início do mês. A gente ainda não tinha muita visão da realização de eventos. Era um mês morto, as pessoas acabavam de sair das festas de final de ano e as pessoas ainda estavam pagando as contas do Natal e Ano Novo. Mas, com os erros a gente também aprende. Como precisávamos pagar os músicos por cada show que fizesse, pois, os mesmos não eram sócios da Banda, resolvemos parar com as promoções no Juventus, embora os outros dois shows que fizemos lá foram melhores que o primeiro, mesmo assim, o público era grande, mas, a renda era pouca. O dono do clube ficava com o Bar e distribuía muitos convites, o clube estava cheio, porém a renda da portaria não dava para cobrir as despesas da banda. Foi a nossa primeira experiência em promoção de show com a Banda Treme Terra. 


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